O que propomos no primeiro encontro deste ciclo cujo título faz referência ao texto de Ernesto de Melo e Castro “Dois acontecidos happenings” é não só fazer uma retrospetiva desses dois eventos experimentais portugueses “Concerto e Audição Pictórica” (1965, Galeria Divulgação) e “Conferência Objecto” (1967, Galeria Quadrante), mas a partir deles desenvolver uma análise do papel da música nas suas diversas dimensões e relações (sonoridades, performatividades, registos e hibridizações com outras artes). A partir desses “Dois acontecidos happenings” procura-se abrir um diálogo transversal com alguns dos seus referentes, como John Cage, e com algumas das suas derivas, como os pianos preparados de Jorge Peixinho, a música experimental de Jorge Lima Barreto, a composição de Clotilde Rosa, ou o piano a arder de João Onofre. Do Brasil, chegam-nos ainda, entre outros, os exemplos de Márcia X e Alex Hamburguer na sua Tricyc(l)age.
Exemplos práticos e a re-performance do Jogo projectado I de Clotilde Rosa revestirão de uma dimensão prática estas ‘performatividades´.
O “Concerto e Audição Pictórica” aconteceu a 7 de Janeiro de 1965 na Galeria Divulgação, sob proposta de Jorge Peixinho e com a participação de António Aragão, Salette Tavares, Manuel Batista, Mário Falcão, Ernesto de Melo e Castro.
A “Conferência Objecto”, teve lugar no dia 17 de Abril de 1967 e decorreu na Galeria Quadrante, sendo apresentada por José Augusto França e constituída por Jorge Peixinho, Ana Hatherly, José Alberto Marques, Ernesto de Melo e Castro.
Este ciclo complementa a programação artística de performances da Galeria Zé dos Bois em torno da exposição VERBIVOCOVISUAL- Poesia concreta e experimental portuguesa de 1960 a 1975, com curadoria de Natxo Checa. http://www.zedosbois.org/events/verbivocovisual/
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