Recordando hoje, passados 50 anos sobre a realização em Lisboa desses dois acontecimentos transgressivos, nos quais participei activamente, não posso deixar de pensar que embora muito diferentes um do outro, porque um foi claramente de índole DADA e o outro de teor conceptual, ambos se justificavam no clima de repressão e censura que então se vivia em Portugal. Tal não é o caso actualmente, mas penso que considerá-los como actos históricos é certamente um facto de boa higiene mental.
Ernesto Manuel Melo e Castro
19/04/1932. Poeta, ensaísta e performer com numerosas obras publicadas e exposições em vários países. Pioneiro da infopoesia e da videopoesia. Tecnólogo Têxtil por Bradford UK, 1956. Doutor em Letras por USPCP, São Paulo, Brasil, 1998