Obra para piano, com música de Clotilde Rosa e envolvimento visual da autoria de Eduardo Sérgio, sobre um poema aberto de Marta Cristina Araújo, Jogo Projectado I compreende uma simbiose entre som, texto e imagem de ímpar concretização em diaporama. Técnica que permite a construção de um espetáculo audiovisual que usa da projeção, em fundido encadeado, de imagens fixas em diapositivos e de um material áudio síncrono. Neste caso o da performance musical do pianista.
Pretende-se com a comunicação de Andreia Nogueira expor o processo de recuperação de informação vital à (re)performance de Jogo Projectado I. Processo esse que permite agora trazer novamente a obra a palco passados cerca de 35 anos da sua última reposição. Finda a performance de Jogo Projectado I, pelo afamado pianista Francisco Monteiro, segue-se um debate que conta com os testemunhos dos autores, Clotilde Rosa e Eduardo Sérgio, e que visa refletir sobre a continuidade de Jogo Projectado I, em particular, e do património musical contemporâneo nacional, em geral.
Andreia Nogueira, bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/52316/2013), é doutoranda na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa no Programa Doutoral em Conservação e Restauro do Património (CORES). A sua investigação doutoral compreende o estudo da preservação do património musical contemporâneo nacional através da sua documentação.
Francisco Monteiro
Licenciado em Piano – Universidade de Música e Artes Performativas de Viena (Áustria); Mestrado Ciências Musicais – Fac. Letras da Universidade de Coimbra (Portugal); Doutoramento Música Contemporânea – Universidade de Sheffield (Reino Unido). Pianista, compositor, professor e investigador. Professor Coordenador – Área de Música da E.S.E./IPP. Investigador INET – MD.
A compositora Clotilde Rosa iniciou o seu percurso musical no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, tendo aí terminado, no final da década de 40, quase em simultâneo, os cursos superiores de piano e harpa. A sua incursão pela composição musical teve início em meados da década de 70. Da sua extensa lista de obras (mais de setenta, com predomínio de música de câmara) destaca-se a sua produção de peças multimédia, entre elas Jogo Projectado I (1979).
O artista plástico Eduardo Sérgio formou-se em Escultura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1960, mas foi à técnica de diaporama que se dedicou especialmente. Lecionou no Ar.Co, onde foi responsável pela implementação da criação audiovisual pelo recurso à técnica de diaporama. Dedicou-se ainda ao estudo do clarinete. Esteve presente em diversos encontros audiovisuais.
Moderação:
António de Sousa Dias é compositor, artista multimédia e investigador, doutorado em Musicologia e diplomado com o Curso Superior de Composição, divide a sua actividade entre a criação, a pesquisa e o ensino. É autor de música para filmes, documentários e animação, bem como de obras explorando diversas formações (instrumental, electroacústico, misto) e géneros. A performance e o teatro musical também desempenham um papel importante no seu percurso bem como a instalação e a criação visual. Actualmente é Professor Associado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.