Nos nossos dias o incremento de actividades artísticas de carácter performativo tem mobilizado criadores sonoros e compositores. As obras musicais, mais que obras acabadas, cuja música está fixada numa partitura ou num suporte, revestem-se de um carácter performativo particular: o performer, criador de arte ao mesmo nível que o compositor, vai participar na construção da obra durante no momento do evento musical. Este evento, mais que um simples conserto, na sua acepção mais convencional, transforma-se assim num happening, evento único e irrepetível.
Isabel Pires
Compositora e interprete de música acusmática. É doutora em Esthétique, Sciences et Technologies des arts – spécialité musique pela Universidade de Paris VIII. Docente no departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa e responsável pelo LIM (Laboratório de Informática Musical), Isabel Pires é Investigadora no CESEM e coordenadora do Grupo de Investigação em Música Contemporânea.
A sua investigação relaciona-se com o funcionamento cognitivo da percepção auditiva, as características físicas do fenómeno sonoro e as noções de espaço na composição musical. Incluimos ainda análise de música acurmática e preservação de suportes áudio.