A pressão sobre os media de serviço público tem-se sentido em várias frentes nos anos mais recentes. Conceptualmente, os media públicos passam por um reposicionamento que resulta do seu alargamento para novas plataformas e novos serviços. O contexto em que se discute a sua pertinência e a adequação dos modelos de serviço público é também composto por tendências que lhe colocam novos desafios. O serviço público já não está só numa incómoda posição entre o mercado e a sua vocação cultural. Trata-se agora da abundância comunicacional do século XXI, dos conteúdos gerados pelo consumidor e da própria forma como os cidadãos passaram a encarar os media. São estes os vetores que obrigam o serviço público a repensar-se e a reposicionar-se. Mais do que isso, a crise internacional – o que tem sido particularmente visível na situação portuguesa – tem exercido uma pressão acrescida sobre os media públicos, que se tornaram alvos preferenciais de políticas de redução de custos, independentemente dos efeitos que essas restruturações podem ter na criação de valor social.
Em Portugal, o serviço público de rádio e televisão está em restruturação desde 2002, altura em que os prejuízos da televisão pública deram origem à mais profunda transformação do setor audiovisual participado pelo Estado. Nesta década, a rádio e a televisão juntaram-se, com o objetivo de racionalizar os meios disponíveis e adequar o seu custo ao benefício social. Socialmente e politicamente, o Serviço Público tornou-se num dos temas mais discutidos da última década, em Portugal. Com a constante redução de meios e face aos novos desafios tecnológicos e aos novos hábitos de consumo, o serviço público tem pela frente um desafio fulcral: conseguir manter-se relevante para os cidadãos.
O Congresso Internacional Desafios dos Media de Serviço Público propõe-se como um espaço de debate e análise sobre a evolução deste sector central na configuração democrática europeia. Reunindo investigadores, profissionais e legisladores, o Congresso propõe uma complementaridade de perspetivas que favorece uma análise transversal deste conceito.
Recepção dos resumos: 9 de julho a 04 de outubro de 2013
Resposta sobre a aceitação das comunicações: 3 de novembro de 2013
Pagamento de inscrição com tarifa reduzida: 22 de novembro de 2013
Submissão dos textos finais para publicação: 20 de dezembro de 2013
Comunicação da decisão da Comissão Científica sobre a publicação: 31 de janeiro de 2014