“Portugal na Imprensa Estrangeira – O Olhar dos Correspondentes”

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“Portugal na Imprensa Estrangeira – O Olhar dos Correspondentes”2013-05-05T13:57:14+00:00

Foi apresentado no dia 14 de maio de 2013 o livro Portugal na Imprensa Estrangeira – O Olhar dos Correspondentes, na Fundação Mário Soares, em Lisboa. A obra reúne 50 peças jornalísticas publicadas em órgãos de comunicação estrangeiros (jornais, revistas e sites), por 16 correspondentes, que representam nove nacionalidades distintas. A publicação do livro é uma oportunidade para a sociedade portuguesa entrar em contacto com o seu próprio país, através do olhar de jornalistas estrangeiros, que vivem entre duas ou mais culturas.

O evento de lançamento contou com a presença de Mário Soares, político que sempre manteve uma relação de proximidade com os jornalistas estrangeiros, desde os tempos de ditadura. Mário Soares é personagem central, de uma reportagem de ambiente primorosa, que está nas páginas do livro. A peça destaca a irreverência e o bom humor do político, num jantar com os correspondentes, antes de iniciar as conversas on the record, sobre as razões que o levaram a apresentar a sua terceira candidatura a Belém, em 2005.

O livro não traz notícias factuais. É composto por material jornalístico capaz de sobreviver ao tempo, como reportagens, artigos de opinião e análise, entrevistas, crónicas e ensaios. O espectro temático das peças é amplo: política, economia, sociedade, cultura, artes, polémicas, etc. É esta diversidade de géneros jornalísticos e de temas que caracteriza o trabalho destes cronistas da realidade, tão necessária para descodificar a complexidade da sociedade portuguesa, para o leitor estrangeiro. Neste sentido, a contextualização histórica é um elemento que marca o trabalho dos correspondentes.

A leitura das peças permitirá um contacto com questões que marcaram o passado recente do País – os trabalhos foram publicados entre 2002 e 2011 -; por outro lado, irá estimular reflexões sobre os temas da atualidade. A crise sistémica que Portugal atravessa já é visível nalguns dos artigos mais antigos ou noutros mais atuais, publicados originalmente no Financial Times.

Num contexto de “jornalismo pós-industrial”, em que profundas transformações marcam a profissão, antigas fórmulas deixam de existir e passam a surgir novas ferramentas, técnicas, pressupostos e expectativas – neste contexto, os correspondentes assumem papel de destaque, porque constroem a identidade cultural de Portugal e a sua imagem através das notícias.

Fonte: DN Opinião, por Renato Mendes