(28/09/ 1881 – 26/09/1954)
Autoria: Teresa Lousa.
Horizonte geracional
GERAÇÃO DE 1914
País
Espanha
Data e local de nascimento
Barcelona, 28 de Setembro de 1881
Formação e acção
Iniciou os estudos de Direito em 1897 em Barcelona, tendo mais tarde trocado pela Filosofia, área na qual se doutorou. Em 1912 licenciou-se em Filosofía pela Universidad de Barcelona e em 1913 se doutorou-se com a tese, inédita até 2009, Los argumentos de Zenón de Elea y la noción moderna de Espacio-Tiempo. Em 1914 concorreu em Madrid para a Cátedra de Psicología Superior da Universidad de Barcelona, mas apenas teve o apoio de Ortega y Gasset. Apesar deste fracasso na Catalunha Eugenio d’Ors foi pouco depois compensado com a nomeação como Director da Educação Superior do Conselho de Pedagogia da Catalunha.
Actividade desenvolvida
Colaborou com as revistas literárias modernistas da época como Quatre gats, La Creu del Montseny, Pèl & Ploma ou Auba.
Em 1920 mudou-se para Madrid, passou a escrever em castelhano e não em catalão o que não afectou o seu ideário filosófico nacionalista e pode acrescentar-lhe uma maior visibilidade internacional. Nesta fase escreveu alguns dos seus livros mais famosos: Tres horas en el Museo del Prado (1922), el drama Guillermo Tell (1926), La vida de Goya (1928).
Em 1927 foi eleito membro da Real Academia Española. Pouco depois volta a Paris, onde permanece por causa da guerra civil espanhola até 1937. Aqui escreve: Paul Cézanne (1930), Pablo Picasso (1930) y Du Baroque (1935).
Foi um forte apoiante do Franquismo, ocupando diversos lugares institucionais ligados à cultura, tendo na década de 40 contribuído para a difusão cultural de Espanha numa óptica europeia e internacional.
Data e local de falecimento
25 de Setembro de 1954, Villanueva y la Geltrú.
Lema e linha filosófica
Crítico de arte, ilustrador e pensador e escritor, Eugenio d´Ors apresenta-se como um representante ímpar do movimento regeracionista catalão: Noucentisme, linha que aproximou no início do século XX a estética à política.
Linha filosófica e caracterização geral da obra
Os seus textos mais importantes estão presentes nas Glosas, autêntico projecto literário, nos quais expressa as suas opiniões sobre diversos temas: desde os grandes conflitos bélicos que por que passou até às suas viagens e amizades literárias.
Nos seus escritos de crítica de arte começou a desenvolver e a aderir a uma ideia de regeneração artística para Catalunha, e assim vai aprofundando ideais estéticos que viam o seu ideal na arte clássica da Grécia e Roma antigas, acabando por romper com o Modernismo por achar que esta estética promovia um individualismo, um sentimentalismo e uma espontaneidade estéril sem direcção. Foi defensor nacionalista da tradição catalã, do regionalismo e do folclore.
Daria o nome de Arbitraria a uma nova estética e de Imperialista a a uma nova política. Nas suas Glosas de 1906 sintetiza o seu projecto da seguinte maneira “Los noucentistes han formulado, en la idealidad catalana, dos nombres nuevos: Imperialismo-Arbitrarismo. Estas dos palabras se concentran en una única palabra: Civilidad.”[1]
Esteve em París onde assistiu a numerosos cursos e seminários de filosofia e de psicologia experimental, chegando a frequentar aulas de Henri Bergson, Boutroux y Marie Curie. Neste período, D’Ors aproximou-se as teorias pragamatistas em expansão norte americanos Peirce e James. O seu pensamento filosófico pode ser resumido como uma síntese peculiar entre o vitalismo e o pragmatismo aprendido em Paris na primeira década do século, com um pensamento escolástico de tendência tradicional, mas renovado em termos de intelectualismo classicista. Para d’Ors, a novidade seria tentar unificar a razão e a vida como uma estrutura que torne inteligível a realidade histórica, a cultura e a própria vida humana.
D´Ors também se aproxima de Portugal e dos seus pensadores: “Foi amigo de Eugénio de Castro e de Teixeira de Pascoaes, que visita em sua casa e do qual foi anfitrião na viagem que o poeta de Amarante realizou a Barcelona em 1918. Depois da guerra civil espanhola, simpatizou com o “integralismo lusitano” de António Sardinha e prologou a tradução espanhola da biografia que António Ferro dedicou a Oliveira Salazar.”[2]
O próprio Fernando Pessoa se refere a Eugénio D’Ors numa das suas escassas referências a autores espanhóis: “E, assim, não há em Espanha hoje uma figura de real destaque genial: o mais que há é figuras de grande talento –um Diego Ruiz, um Eugenio d´Ors, um Miguel de Unamuno, um Azorín (…).”[3]
Bibliografia activa
(Fonte Wikipedia- Espanha)
- La muerte de Isidro Nonell. (1905) Madrid: Ediciones “El Banquete”, 1905.
- La ben plantada.(1911) Barcelona: Edicions 62 i “la Caixa”, 1992, Traducción al castellano: Barcelona: Planeta, 1982.
- La Filosofía del hombre que trabaja y que juega(1914). Madrid: Libertarias/Prodhufi, 1995.
- Flos Sophorum. Ejemplario de la vida de los grandes sabios. Barcelona: Seix Barral, 1914.
- De la amistad y del diálogo. (1914) Madrid: Publicaciones de la Residencia de Estudiantes, 1919.
- Aprendizaje y heroísmo. Madrid: Publicaciones de la Residencia de Estudiantes, 1915.
- Una Primera Lección de Filosofía. (1917) Madrid: La Lectura, 1926.
- Oceanografía del Tedi. Barcelona: Quaderns d’Estudis, 1918 / Barcelona: Selecta, 1948 / Barcelona: Edicions 62, 1988 / Barcelona: Quaderns Crema, 1994.
- Grandeza y servidumbre de la inteligencia. Madrid: Publicaciones de la Residencia de Estudiantes, 1919.
- El valle de Josafat. Madrid: Athenea, 1921 / Madrid: Espasa Calpe, 1946. (Trad. Rafael Marquina).
- Tres horas en el Museo del Prado. Itinerario estético. (1922) Madrid: Editorial América Ibérica, 1992.
- Introducción a la filosofía. Buenos Aires: Agencia General de librería y publicaciones, 1921.
- Cuando ya esté tranquilo. Madrid: Renacimiento, 1930.
- Introducción a la vida angélica. Buenos Aires: Editoriales Reunidas, 1939 / Madrid: Tecnos, 1986.
- Gnómica. Madrid: 1941.
- Epos de los Destinos. Madrid: Editora Nacional, 1943.
- La civilización en la historia. La Historia del Mundo en 500 palabras. Madrid: Ediciones Españolas, 1943.
- Lo barroco. Madrid: Aguilar, 1944 / Madrid: Tecnos, 1993.
- Mis salones. Madrid: Aguilar, 1945.
- Estilos del pensar. Madrid: Ediciones y Publicaciones Españolas, 1945.
- Index Sum. Madrid: Aguilar, 1946.
- El secret de la filosofía. Barcelona: Aguilar, 1947.
- Obra catalana completa. (1906- 1910)Barcelona: Selecta, 1950.
- La verdadera historia de Lidia de Cadaqués. Barcelona: José Janés, 1954.
- La ciencia de la cultura. Madrid: Rialp, 1964.
- Cartas a Tina. Barcelona: Plaza & Janés, 1967.
- (1915- 1917)Barcelona: Quaderns Crema, 1990.
- Papers anteriors al Glosari. (1 887- 1906)Barcelona: Quaderns Crema, 1994.
- Novísimo Glosario. (1944- 1945)Madrid: Aguilar, 1946.
- Nuevo Glosario. (1920-1943)Madrid: Aguilar, 1947.
- El apasionado mundo del atado de zapatillas. Madrid: Ediciones y Publicaciones Españolas, 1975.
- Ricardo Parellada, ed. (2009). Las aporías de Zenón de Elea y la noción moderna del espacio-tiempo(1 edición). Encuentro. p. 144. ISBN
- Confesiones y recuerdos. Editorial Pre-Textos. 2000.
- La vida breve. Editorial Pre-Textos. 2003.
- Els fenòmens de l’atenció. (ed. Víctor Pérez Flores con prólogo de Xavier Pla) Santa Coloma de Queralt: Obrador Edèndum, 2017.
Poesía
- De la ermita al Finisterre. Granada: Comares, 1998.
Teatro
- Guillermo Tell, 1926.
- El nou Prometeu encadenat. Barcelona: Edicions 62, 1966.
Bibliografia passiva
Fonte: https://www.ensayistas.org/filosofos/spain/Ors/
- Amorós, Andrés. Eugenio d’Ors, crítico literario. Madrid: Prensa Española, 1971.
- Anceschi, Luciano. Eugenio d’Ors e il nuovo classicismo europeo. Milán: Rosa e Ballo, 1945.
- Aranguren, José Luis. La filosofía de Eugenio d’Ors. Madrid: Epesa, 1945.
- Barquet, Nicolás. Eugenio D’Ors en su ermita de San Cristóbal. Barcelona: Barna, 1956.
- Blanco Vila, Luis. Las crisis de las ideas en el fin de siglo: Espíritu y cultura al hilo de la obra de Eugenio d’Ors. Madrid: Actas, 1995.
- Bilbeny, Norbert. Entre renaixença i noucentisme. Barcelona: La Magrana, 1984, 49-101.
- Bilbeny, Norbert. Eugeni d’Ors i la ideología del noucentisme. Barcelona: La Magrana, 1988.
- Cacho Viu, Vicente. Revisión de Eugenio d’Ors (1902-1930) seguida de un epistolario inédito. Barcelona: Quaderns Crema, 1997.
- Capdevila, Jose María. Eugeni d’Ors, etapa barcelonina, 1906-20. Barcelona: Barcino, 1965.
- Carreras i Artau, Tomás. Introducció a la historia del pensament filosòfic a Catalunya. Barcelona: Catalónia, 1931.
- Cataluña. Dpto de Cultura. El noucentisme: un projecte de modernitat. Barcelona: Generalitat de Catalunya. Diari oficial i de publicacions, 1994.
- Cerdá, Jordi, “Eugenio d´Ors y Portugal”, in Actas del Congreso Internacional de Historia y Cultura en la frontera, Cáceres, Universidad de Extremadura, 2000
- Cerezo, Pedro. “El pensamiento filosófico”, en Laín Entralgo, P. (ed.)La Edad de Plata de la cultura española (1898-1936). Madrid: Espasa-Calpe, 1993, 234-292.
- Díaz Plaja, Guillermo. La defenestració de Xenius. Andorra: Ed. Andorra, 1967.
- Díaz-Plaja, Guillermo. Estructura y sentido del novecentismo español. Madrid: Alianza Editorial, 1975.
- Díaz-Plaja, Guillermo. El combate por la luz. La hazaña intelectual de Eugenio d’Ors. Madrid: Espasa-Calpe, 1981.
- Díaz-Plaja, Guillermo. Lo social en Eugenio d’Ors y otros estudios. Barcelona: Cotal, 1982.
- Dirección General de Bellas Artes. Última exposición, Invierno de 1955, Homenaje a Eugenio d’Ors. Madrid: Dirección General de Bellas Artes, 1955.
- Fernández de la Mora, Gonzalo. El pensamiento español. De Unamuno a d’Ors. Madrid: Rialp, 1969.
- Fernández de la Mora, Gonzalo. D’Ors ante el estado. Madrid: Instituto de España, 1981.
- Ferrán, Jaime. Eugenio d’Ors. Madrid: Ed. Doncel, 1967.
- Ferrater Mora, José. El llibre del sentit. Barcelona: Selecta, 1955.
- Flórez, Rafael. D’Ors. Madrid: Epesa, 1970.
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[1] https://www.ensayistas.org/filosofos/spain/Ors/introd.htm
[2] DELGADO, Antonio Sáez, “Eugenio D’Ors, Modern!smo: Arquivo virtual da geração do Orpheu” Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português,coordenado por Fernando Cabral Martins,Lisboa, Caminho, 2008.
[3] F. Pessoa, Páginas sobre literatura e estética (ed. António Quadros), Lisboa. Europa-América, 1986, pp. 131-132