JOSÉ ENRIQUE RODÓ

(1872 – 1917)

Autoria: Carlos A. Gomes

Horizonte geracional

GERAÇÃO DE GERAÇÃO DE 15 – IDEALISMO VITALISTA

País

URUGUAI

Data e local de nascimento

15 de Julho de 1871, Montevideo

Formação e acção

José Enrique Rodó foi membro de uma familia da alta burguesía uruguaia, tendo aprendido a ler aos 4 anos de idade, altura em que começou a adquirir hábitos e gosto pela leitura. O seu desempenho começou logo a mostrar capacidades acima da média. Iniciou os seus estudos no Liceu Elbio Fernández, em Montevideo, e interessou-se fundamentalmente pela história e pela literatura.

Todavia, e por vicissitudes económicas (negócios pouco sucedidos da parte do pai) e familiares (morte do seu pai), foi obrigado a começar a trabalhar aos 14 anos, num gabinte de apoio a contabilistas.

Actividade desenvolvida

Passando a maior parte do tempo na sua cidade, capital do Uruguai, Rodó dedicou-se ao jornalismo e ao ensino, desenvolvendo uma notável actividade política em prol da cultura nacional do seu país, como militante do Partido Colorado,um partido progressista.  Chegou mesmo a ocupar um assento de deputado no parlamento nacional, por dois períodos, falecendo na cidade italiana de Palermo, em 1917. Os seus restos mortais foram transladados para o Panteão Nacional do Uruguai, em 1920.

Data e local de falecimento

1 de Maio 1917 (45 anos), Palermo

Lema e linha filosófica

Em suma, poder-se-á dizer que José Enrique Rodó  foi um humanista e idealista, tentando fundir o progresso material aos princípios éticos e espirituais, conjungando os ideais do positivismo com a busca metafísica do sentido da existência.

Linha filosófica e caracterização geral da obra

Considerado um humanista e democrático, José Enrique Rodó  tornou-se uma grande figura do mundo intelectual sul-americano, que se constituiu como um defensor e dinamizador da herança cultural hispânica, de todos os povos ibero-americanos. Esta herança era o oposto face ao utilitarismo e pragmatismo expansionistas norte-americanos, cada vez mais imponente e agressivo, Na sua obra alegórica (Ariel, 1900), enuncia as ideias-base deste movimento que tenta fazer face ao materialismo anglo-saxão, a partir de uma suposta identidade evocação “cultural” da América Latina. Rodó bebeu muitas influências e ensinamentos em José Marti e Francisco Bilbau.

O conceito de cultura (conhecida como arielismo) é o elemento chave em Rodó, e é compreendido de uma forma bastante particular. Trata-se de uma concepção aristocrática de cultura ligada ao belo, à experiência estética e à actividade intelectual desinteressada. A crítica ao capitalismo ‘americano’ é, deste modo, a crítica à massificação, vulgaridade e banalidade utilitaristas, modernas. O ideal de Rodó, seria um ‘regresso às origens’ – a Grécia Antiga – onde o Homem fosse encarado, não como um mero objecto desqualificado e coisificado, mas que fosse encarado como um ser integral e total, no qual as suas faculdades fossem uma só. O que Rodó apelida “racional” (em Ariel), seria a possibilidade de recomposição dos trabalhos manual e intelectual, separados pela sobre-especialização moderna. Essa seria a verdadeira cultura, que permitiria ao indivíduo uma existência genuinamente “desinteressada” e pura. Por isso, segundo José Enrique Rodó, a importação dos padrões norte-americanos representaria uma ameaça aos povos e à “originalidade insubstituível do seu espírito”.

Aquilo que Rodó rejeitava não era propriamente o elemento nacionalista ou o preconceito contra países ou culturas, mas o valorizar da vulgaridade e ignorância como paradigma da igualdade, em vez de potenciar a superioridade do cultivo da cultura e das ideias, tendo em conta a complexidade das questões existenciais.

Bibliografia activa

Ariel, Ediciones Ercilla. Santiago de Chile. 1936.

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Motivos de Proteo, Editorial Cultural. Santiago de Chile. 1928.

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Bibliografia passiva

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