LEOPOLDO ZEA AGUILAR

(1912 – 2004)

Autoria: Carlos A. Gomes

Horizonte Geracional

GERAÇÃO DE 36 – FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO IBERO-AMERICANA

País

MÉXICO

Data e local de nascimento

30 de Junho de 1912, Cidade do México

Data e local de falecimento

8 de Junho de 2004 (91 anos), Cidade do México

Formação e acção

Leopoldo Zea Aguilar (1912-2004) foi o filósofo mexicano mais prestigiado e influente em todo o mundo, principalmente na América Latina, onde teorizou o problema da América Latina e do respectivo lugar na história da cultura universal. A sua vida não foi fácil nem cómoda, quer por questões familiares, quer económicas. Completou a sua formação na UNAM (Universidade Nacional do México), a qual teve que ser paga aravés de um emprego precário de funcionario, nos ‘Telégrafos Nacionales’. A sua tese de dutoramento versou o positivismo mexicano e ainda hoje constitui um marco no estudo das ideias da filosofía contemporãnea. Foi escritor no diario ‘El Hombre Libre’ e colaborou na publicação dos ‘Cuadernos Americanos’, o qual passou mesmo a dirigir, em 1986. Foi bolseiro no Colégio do México, na Fundação Rockefeller e no Centro de Estudos Filosóficos. Dirigiu também o Centro de Estudos Latino-americanos e foi docente da UNAM, com a directoria da Faculdade de Filosofia e Letras (1966).

Pode dizer-se que Zea não foi um mero contemplador da realidade sócio-política, mas, ao invés, desenvolveu um pensamento próprio e crítico da cultura latino-americana o que o levou a ser considerado uma figura non grata ao status quo vigente, participando em manifestações contra Péron, na Argentina e Getúlio Vargas, no Brasil. A sua formação foi bastante influenciada pelos seus ‘mestres’ Ingenieros, Korn e Alberini, tendo mantido contactos regulares com outros importantes pensadores latino-americanos, como Danilo Vélez, Miró Quesada e Arturo Ardao. O seu interesse filosófico e cosmopolitismo, levou-o a visitar países descolonizados ou em processo de revolução, em África e na Ásia, mas também Espanha (1972).

Entre as suas obras mais importantes, podemos realçar ’Consiciencia y posibilidad del mexicano’ (1952), ’América como consciencia’ (1953) e ‘Dialéctica de la consciencia americana’ (1976). O seu ideário resumiu-se à simples mas importante questão: será possível construir-se uma filosofia sul-americana? Para isso ter-se-á que abordar a questão por dois ângulos, os quais estão intimamente ligados: o Homem e o Pensamento, ou consciência. O conceito de ‘Homem’ em Leopoldo Zea configura uma visão relativista, culturalista e aberta, cuja peculiaridade e diferença deve ser o meio de promover autênticas relações de igualdade, desmascarando todas e quaisquer justificações de dominação. Não há homens mais universais que outros, mas apenas homens diferentes e particulares. A ideia de liberdade do pensador mexicano é simétrico à da dignidade, solidariedade e igualdade existencial, cuja vinculação a legitima com a procura da finalidade histórica do Homem. Os interesses do imperialismo global a que assistimos, hoje em dia, são o mais fiel exemplo de uma lógica subvertida de dominação, já que a igualdade, felicidade e o sucesso são apregoados aos quatro ventos, e identificados com a realização da liberdade. Todavia, não passam de ideias visando interesses bem concretos, nomeadamente ao nível dos recursos e do poder. Leopoldo Zea parte da perspectiva orteguiana segundo a qual, ’existir é conviver’, o que pressupõe a imprescindibilidade vital e a assumpção da vida como compromisso (global). Logo, esta circunstância ‘universal’, deveria estar sempre nos antípodas de toda e qualquer forma de dominação e expansionismo.

Linha filosófica e caracterização geral da obra

A resposta ao porquê de se perguntar pela possibilidade, originalidade e autenticidade em filosofia (ou na Filosofia Americana, neste caso), é compreendida a partir do sentimento de diversidade. Com efeito, esta expansão do mundo ocidental sobre o continente americano, configurou-se como uma negação do ser do indígena surgindo, por isso, a sempre presente necessidade dele se afirmar como Homem, que possui uma personalidade, sentimentos e uma cultura que lhe são característicos. Este esforço do latino-americano para afirmar-se como ‘Homem’ teve como ponto de partida os limites do próprio eurocentrismo dominador, um logos que concebe o ‘Homem’ a partir de seu próprio modelo específico (o europeu). Nesse sentido, segundo Zea, as respostas que surgem relativas ao ser dos indígenas são sempre respostas alienantes pois são dadas a partir de um logos dominador, que nega o que está além de suas fronteiras. Respostas que, ao invés de desvendar e afirmar o ‘ser’, do homem americano, encobre-o e nega-o. Consequentemente, a desigualdade reinante nas relações entre os homens, os povos e as culturas não permitiria consagrar uma verdadeira sociedade global, justa, solidária e livre.

A FL (Filosofia da Libertação) é a principal ‘imagem de marca’ quando nos referimos à filosofia feita na América Latina, uma simbiose de nacionalismo, cristianismo e socialismo, com base num espírito de luta sócio-etico-político contra o ‘imperialismo’ e expansionismo europeus, a partir do século XVIII. A Revolução Francesa em 1789 foi saudada por Hegel como o fim da história, à semelhança do que acontece hoje, quando falamos de uma época que marcaria o fim das ideologias. Com ela parecia findar a luta dialéctica Senhor/Escravo, afinal de contas uma dialéctica irreversível de expansão e dominação política e civilizacional.

Leopoldo Zea numa das suas obras mais importantes, ‘Dialéctica de la consciência americana’, impregnada de algum hegelianismo, expõe os passos dados pelo homem para alcançar o que se considerou ser a sua libertação absoluta. Longe estar concluída esta oposição relacional Senhor/escravo, ela continua, afinal de contas ainda hoje. O antigo escravo, liberto do se velho senhor, acabou por se subsumir no estabelecimento de novas formas de dominação. A anterior dominação europeia sobre a África, Ásia e América Latina, criando o maior império da história, impõe, afinal de contas, novas formas de escravagismo. Na obra atrás assinalada, Leopoldo Zea expõe a origem e os contornos de uma filosofia da história latino-americana, de carácter continental, mas também de fundo universal. A história do Homem, a história da humanidade, é a penosa e longa marcha do espírito para realizar-se como encarnação da consciência e de liberdade.

Segundo Zea, a filosofia deve constituir-se como um instrumento de libertação e afastar- se da visão eurocêntrica do ser humano, da história e da razão, antecipando em muitas décadas as crítica pós-modernas e pós-colonialistas. Na verdade, Zea considera que a filosofia (em particular, a da história) caracteriza-se por ser uma actividade directriz e transformadora, e nunca um fim em si mesma, pois nela está implicado um projecto de vida cultural e político. A filosofia não pode esgotar-se na mera contemplação da vida, mas deve buscar o conhecimento e, no esclarecimento dela mesma, estaria o germe da sua necessária transformação. Esta relativização histórica das concepções do mundo, é fruto de uma influência de Dilthey e José Gaos, através de Ortega y Gasset e do existencialismo, em geral. O critério de liberdade aceite por Zea é o dela poder ser reconhecida, na peculiaridade e identidade entre os povos, a qual jamais poderá será alvo de negociação ou coisificação, com vista a ulteriores situações de dominação (negação da liberdade). A ideia de liberdade do pensador mexicano é simétrico à da dignidade, solidariedade e igualdade existencial, cuja vinculação a legitima com a procura da finalidade histórica do Homem.

Bibliografia activa (completa)

1943. El positivismo en México. México: El Colegio de México.

1944. Apogeo y decadencia del positivismo en México. México: El Colegio de México 1945. En torno a una filosofía americana. México: El Colegio de México.
1948. Ensayos sobre filosofía en la historia. México: Stylo.

1949. Dos etapas del pensamiento en Hispanoamérica. Del romanticismo al positivismo. México: El Colegio de México.

1952. Conciencia y posibilidad del mexicano. México: Porrúa y Obregón.

1952a. La filosofía como compromiso y otros ensayos. México: Fondo de Cultura Económica. 1953. América como conciencia. México: Cuadernos Americanos.
1953a. El Occidente y la conciencia de México. México: Porrúa y Obregón.

1953b. La conciencia del hombre en la filosofía. Introducción a la filosofía. México: Imprenta Universitaria, 1953 (a partir de 1960 se edita de nuevo bajo el título de Introducción a la filosofía. La conciencia del hombre en la filosofía).

1955. La filosofía en México. México: Editora Ibero-Mexicana (dos volúmenes con paginación correlativa).

1955a. América en la conciencia de Europa. México: Los Presentes.

1956. Del liberalismo a la revolución en la educación mexicana. México: Talleres Gráficos de la Nación. 1956a. Esquema para una historia de las ideas en Iberoamérica. México: UNAM.
1957. América en la historia. México: Fondo de Cultura Económica.

1959. La cultura y el hombre de nuestros días. México: Imprenta Universitaria.

1960. América Latina y el mundo. Buenos Aires: EUDEBA (las citas del texto provienen de la edición de 1965).

1960a. Introducción a la filosofía. La conciencia del hombre en la filosofía. México: UNAM.

1960b. Dos ensayos: Del liberacionismo a la Revolución. El problema cultural América-Latina. Valencia, Venezuela: Universidad de Carabobo.

1963. The Latin-American Mind. Norman: University of Oklahoma Press.

1965. El pensamiento latinoamericano. México: Pormaca, 2 vols. (Edición aumentada de Dos etapas del pensamiento en Hispanoamérica. En 1976 se publicó de nuevo muy aumentado en la Editorial Ariel)

1968. El positivismo en México: Nacimiento, apogeo y decadencia. México: Fondo de Cultura Económica (las citas del texto provienen de la edición de 1975).

1969. La filosofía americana como filosofía sin más. México: Siglo Veintiuno (las citas del texto provienen de la edición de 1980).

1969a. Latin America and the World. Norman: University of Oklahoma Press (América Latina y el mundo,
1960).

1971. Latinoamérica: emancipación y neocolonialismo. Caracas: Tiempo Nuevo. 1971a. La esencia de lo americano. Buenos Aires: Pleamar.
1971b. Precursores del pensamiento latinoamericano contemporáneo. México: Secretaría de Educación Pública.

1974. Dependencia y liberación en la cultura latinoamericana. México: Joaquín Mortiz. 1974. Positivism in Mexico. Austin: University of Texas Press.
1975. La historia de las ideas en América Latina. Tunja: Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia.

1976. Dialéctica de la conciencia americana. México: Alianza Editorial Mexicana.

1976a. El pensamiento latinoamericano. Barcelona: Editorial Ariel (Edición muy aumentada de Dos etapas del pensamiento en Hispanoamérica, 1949).

1976b. Filosofía y cultura latinoamericana. Caracas: Consejo Nacional de la Cultura. Centro de Estudios Latinoamericanos “Rómulo Gallegos.”

1976c. Filosofía latinoamericana. México: Edicol.

1977. Latinoamérica: Tercer Mundo. México: Extemporáneos.

1978. Filosofía de la historia americana. México: Fondo de Cultura Económica. 1980. Simón Bolívar. Integración en la libertad. México: Edicol.
1981. Latinoamérica en la encrucijada de la historia. México: UNAM. 1981a. Sentido de la difusión cultural latinoamericana. México: UNAM.
1982. Latinoamérica, un nuevo humanismo. Tunja, Colombia: Editorial Bolivariana Internacional.

1984. Filosofía de lo americano. México: Nueva Imagen (estudios publicados en Cuadernos Americanos
desde 1942 a 1981).

1984a. America o constiintá. Bucarest, Rumania: Editura Stiintifica si Enciclopedica (América como conciencia).

1985. El positivismo y la circunstancia mexicana. México: Fondo de Cultura Económica / SEP (selección de textos de El positivismo en México, 1943).

1986. América Latina como autodescubrimiento. Bogotá: Universidad Central.

1987. Convergencia y especificidad de los valores culturales en América Latina y el Caribe. México: UNAM

1988. Discurso desde la marginación y la barbarie. Barcelona: Anthropos. 1988a. ¿Por qué América Latina? México: UNAM (Textos de Ciencias Sociales).
1989. El descubrimiento de América y su sentido actual. México: Fondo de Cultura Económica. 1990. Descubrimiento e identidad latinoamericana. México: UNAM.
1991. Quinientos años de historia: sentido y proyección. México: Fondo de Cultura Económica. 1991. Ideas y presagios del descubrimiento de América. México: Fondo de Cultura Económica 1991. L’Amerique Latine face à l’histoire. Paris: Lierre Caudrier.
1992. The Role of The Americas in History. Savage (Maryland): Rowman & Littlefield Publishers. 1993. Filosofar a la altura del hombre. México: UNAM.
1993a. Regreso de las carabelas. México: UNAM.

2003 El Nuevo Mundo en los retos del nuevo milenio. Edición digital. Proyecto Ensayo Hispánico.

Bibliografia passiva (completa)

Anthropos. Revista de Documentación Científica de la Cultura. Leopoldo Zea: Filosofía de la historia latinoamericana como Compromiso. Barcelona: Editorial Anthropos, 1988. 64 + XXXII pp. (Número 89 de la revista dedicado a Leopoldo Zea.)

Fornet-Betancourt, Raúl, ed. Für Leopoldo Zea. Para Leopoldo Zea. Aachen (Germany): Verlag der Agustinus Buchhandlung, 1992.

Gómez Martínez, José Luis. Leopoldo Zea. Madrid: Ediciones del Orto, 1997.

Lipp, Solomon. Leopoldo Zea. From “Mexicanidad” to a Philosophy of History. Waterloo (Canada): Wilfrid Laurier University Press, 1980.

Lizcano, Francisco. Leopoldo Zea. Una filosofía de la historia. Madrid: Ediciones de Cultura Hispánica, 1986.

López Díaz, Pedro. Una filosofía para la libertad. La filosofía de Leopoldo Zea. México: Costa-Amic Editores, 1989.

Medin, Tzvi. Leopoldo Zea: Ideología y filosofía de América Latina. México: UNAM, 1983.

Medin, Tzvi. Entre la jerarquía y la liberación: Ortega y Gasset y Leopoldo Zea. México: UNAM y Fondo de Cultura Económica, 1998.

Vargas Martínez, Gustavo. Bibliografía de Leopoldo Zea. México: Fondo de Cultura Económica, 1992.

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