Metodologia

O Projecto Gerações Hispânicas centra-se no pensamento produzido, sobretudo em termos filosóficos, políticos e artísticos, nos países ibéricos (Portugal e Espanha) e ibero-americanos (v.g., Brasil, Argentina, México, Perú, Uruguai), no período de 1898 a 1945. Estes dois marcos temporais são tomados como grandes referências do tratamento de autores e tendências que, com relevância excepcional, afirmaram o pensamento hispânico no mundo contemporâneo.

A apresentação desses autores é feita de acordo com a sua ordenação por gerações inspirada no método proposto por J. Ortega y Gasset e, nessa medida, assumindo, quer o conceito de geração como instrumento de compreensão das dinâmicas internas do processo histórico, quer as dificuldades, em termos cronológicos, associadas à definição de cada geração e à escolha dos seus representantes. Por um lado, não é possível ignorar que alguns destes recusaram um tal enquadramento geracional e, por outro lado, importa ter sempre presente a necessidade de dar aos anos que identificam as diversas gerações um significado em termos de realidade histórica, ou seja, terá de se associar, a esses anos destacados, um conteúdo historicamente vivido por determinadas pessoas, na qualidade de autores e testemunhas de certas experiências partilhadas, de tempos e espaços por si apropriados enquanto coetâneos, não obstante a singularidade dos indivíduos.

Assim, optou-se por disponibilizar fichas biobibliográficas dos pensadores considerados fundamentais e marcantes dos diferentes países abrangidos pelo Projecto, organizando-as em gerações assinaladas pelos anos e/ou tendências de pensamento mais simbólicos dos respectivos contextos culturais e subordinando a sua elaboração a uma finalidade principal: a de que, do seu conjunto, se possa fazer uma leitura da história intelectual hispânica em que os factos não são isoladamente tomados, mas compreendidos segundo o encadeamento das sucessivas gerações, nos vários quadros de autores e temas passíveis de estudo comparativo.